terça-feira, 18 de maio de 2010

Fica a letra que provocou a discussão anterior!!!

Blues da Piedade

Cazuza


Composição: Roberto Frejat/Cazuza



Agora eu vou cantar pros miseráveis
Que vagam pelo mundo derrotados
Pra essas sementes mal plantadas
Que já nascem com cara de abortadas

Pras pessoas de alma bem pequena
Remoendo pequenos problemas
Querendo sempre aquilo que não têm

Pra quem vê a luz
Mas não ilumina suas minicertezas
Vive contando dinheiro
E não muda quando é lua cheia

Pra quem não sabe amar
Fica esperando
Alguém que caiba no seu sonho
Como varizes que vão aumentando
Como insetos em volta da lâmpada

Vamos pedir piedade
Senhor, piedade
Pra essa gente careta e covarde
Vamos pedir piedade
Senhor, piedade
Lhes dê grandeza e um pouco de coragem

Quero cantar só para as pessoas fracas
Que tão no mundo e perderam a viagem
Quero cantar o blues
Com o pastor e o bumbo na praça

Vamos pedir piedade
Pois há um incêndio sob a chuva rala
Somos iguais em desgraça
Vamos cantar o blues da piedade

Vamos pedir piedade
Senhor, piedade
Pra essa gente careta e covarde
Vamos pedir piedade
Senhor, piedade
Lhes dê grandeza e um pouco de coragem




Urânio!@! Hoje o piranopira tem participação do Karley

Determinadas pessoas não compreendem a grandeza de alguns gestos. Não estamos falando dos gestos que marcam uma forma de poder como a mão levantada acima da cabeça que serviu de base para o complexo jogo de propaganda de algumas ideologias. – Hi Hitler! – Ave César! Ou – Anauê! O que nos intriga é a maneira de ver e observar, de algumas pessoas, os acontecimentos, sem levar em consideração as formas dos gestos. Parece que existe uma cegueira generalizada no diz respeito às práticas de observação do mundo que está em sua volta. Os Estados Unidos, “useiros e veseiros” em dar palpite no mundo, ficaram PUTOS com a participação do Brasil no debate sobre a produção de urânio enriquecido no Irã. De fato não concordamos com a produção de urânio enriquecido em lugar algum, salvo para uso energético. Mas não podemos cegar para a independência que cada sociedade deve ter no uso de suas riquezas naturais e tecnológicas, é isso que as coloca no cenário mundial. Longe de ser uma solução, a proposta apresentada pelo Brasil e pela Turquia se apresenta como um gesto. Um passo em direção de um diálogo mais amplo no concerto das nações. O Brasil não solucionará esse impasse, só gesticula ao mundo que os EUA não podem discernir para sempre quem pode e quem não pode fazer o que quer.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Hoje é dia de falar da Seleção Brasileira


Saiu hoje a convocação dos 23 jogadores que farão parte da seleção brasileira na copa do mundo na África do Sul. Poderia dizer que são os 23 jogadores que representarão o Brasil na África, mas isso não seria de todo uma verdade. Alguns desses senhores convocados não me representam, não se passam por mim e nem mesmo lhes daria uma procuração para agir como meus representantes. Portanto no quesito representatividade eles já começam perdendo. Minha mãe me conta que em 70 quando a copa começou lá no México ela ficou dividida, não sabia se torcia contra ou a favor por causa de tudo que rolava por aqui. Nunca tirei suas razões. Torcer pela Seleção Brasileira não é muito uma escolha, parece que recai sobre os nossos ombros essa obrigação. Meu amigo e irmão Luiz Henrique, parece ter deixado bem claro no seu excelente texto Do complexo de vira-latas ao homem genial: o futebol como elemento constitutivo da identidade brasileira nas crônicas de Nelson Rodrigues, João Saldanha e Armando Nogueira, que o futebol no Brasil, quer se ame ou odeie, é elemento fundamental e em alguns casos, como ele bem mostrou, da forma e aparência as identidades brasileiras. Concordo com ele, o futebol suscita ódios e paixões, marca nossa maneira de ver muitas coisas, nos separa e nos une e, sem estender muito... futebol é muito bom! E em todo país que gosta de futebol acho que a regra é a mesma. Argentina, Inglaterra, Espanha, Itália não são diferentes do Brasil neste ponto. Quando suas seleções entram em campo outras milhares de coisas entram juntas e não só os atletas. Não é só patriotismo e nacionalismo como se poderia pensar. Tem de tudo. Prá minha mãe em 70, por exemplo, tinha a ditadura. Dito isso não acho que só por que é Seleção Brasileira nós temos que torcer por ela! Seleção tem haver com identidade como disse o Luiz. Como já escrevi aqui no piranopira antes, em 1982, chorei pela derrota! Amava aquele time! Mas em 2010 se o Brasil ganhar com esse time mediano e vou chorar bem mais. E de raiva! Quem é esse Dunga? Que nem leu o Luiz Henrique? Que não entendeu que não é o dono da bola? E que nem gosta de futebol? - Embora o futebol colabore na formação das identidades nacionais, ‘Patriotada’ seu Dunga, não ganha Copa!

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Lost

Até hoje não fiz nenhum comentário sobre a minha série de TV favorita. É bom que se diga que como todo produto da cultura de massa contemporânea - favorito nos últimos tempos. Se fosse fazer uma lista, coisa que ainda não fiz aqui no piranopira, Arquivo X com certeza estaria no topo da lista de minhas séries favoritas. Mas Mulder e Scully deixaram a TV faz tempo embora eu assista vez ou outra um episódio em alguma reprise na Sky ou mesmo escolhendo algum da coleção completa que tenho em casa. Atualmente a série que me tira o sono é Lost. Ontem assisti ao 13º episódio da sexta temporada “The last recruit” (O último recruta) e mais uma vez fiquei com o gostinho de quero mais... Nos últimos anos o que mais escuto de fãs da série ou leio em blogs e críticas de TV é que a série é cheia de buracos, que não haverá solução para esse ou aquele problema e uma torrente de críticas. Sinceramente não fico procurando cabelo em ovo. Lost é extremamente envolvente e viciante a despeito de qualquer crítica e em minha opinião o final nós só veremos no final. Afinal as séries de TV são assim mesmo! Também acho que nem tudo tem uma resposta objetiva pronta e acabada. Aliás, em roteiro que se propõe universos alternativos e cronologias diversas não há como ter um pacote de soluções prontas e objetivas. Alguns episódios são surpreendentes e de tirar o fôlego outros apenas sustentam a miscelânea de tempos, lugares e personagens, se assim não fosse os mais puristas meteriam o pau ainda mais na série. Tem gente que quer tudo - explicadinho nos mínimos detalhes! Acho que falta um pouco de imaginação a esse grupo de pessoas! É fato que também não gosto de filmes sem final e meus amigos próximos riem de mim quando me irrito com filmes em que as letrinhas sobem antes de uma explicação totalizante. Nessa hora o que me irrita não é a ausência de explicação do que acontecerá com as personagens do filme, o que me tira do sério é o fato que não ficar clara nem mesmo a pretensão do diretor ao fazer subir as letrinhas naquele momento. Tem muito diretor de cinema que acha que arrasa deixando a história em suspenso, sem fim, mas são muito poucos, principalmente no cinema contemporâneo que tem essa capacidade. Nessa hora quando o fim do filme se anuncia sem que me fique clara ao menos a pretensão do diretor é que geralmente pergunto a Lilian – É agora que cai uma bomba e morre todo mundo? Nesses cinco anos assistindo Lost o que me surpreende ainda é que algumas vezes eles deixam a bomba cair. Falo da imprevisibilidade. Acusem a série de tudo menos de previsível porque isso ela não é. A magia de Lost está ai.

Podemos começar de novo

Depois que o vulcão Eyjafjallajokull resolveu atrapalhar mais uma vez as companhias aéreas européias eu resolvi voltar a escrever para o piranopira. Sei do meu desleixo nestes últimos dias com essa casa, mas não foi por mal, foi preguiça mesmo. É claro que não é por falta de assunto que fiquei ausente, aliás, assunto tem demais por aí e dos mais diversos. Então vamos retomar a nossa vida e nos encontrar com mais regularidade.